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segunda-feira, 18 de junho de 2012

A Rebelião dos Anos 50

Fotos da Enciclopédia Nosso Século 1945/1960
"Nós somos da juventude,/Da juventude transviada,/O lema da nossa escola/É a lambreta e a Coca-Cola./Elvis é o nosso mestre/E Pat Boone, o diretor./Na nossa primeira aula/Nós aprendemos o rock-and-roll".


Assim nasceu, na década de 50, o novo herói: mal barbeado, cabelos em desalinho, irreverente, rebelde, problemático. Era os anos da Guerra Fria e o mundo descobria o medo da guerra atômica. Os Estados Unidos viviam uma época de "caça às bruxas", sob o comando do senador Joseph Raymond McCarthy, e Hollywood descobria um novo filão: A violência da juventude do pós-guerra. Surgem, então, Marlon Brando ( Um Bonde Chamado Desejo, 1951; O Selvagem, 1954; Sindicato de Ladrões, 1954) e James Dean, (Vidas Amargas,1954; Juventude Transviada, 1955; Assim Caminha a Humanidade, 1955/56 ), os dois grandes símbolos da rebelião dos anos 50. Mas foi James Dean, e não Marlon Brando, com o filme Juventude Transviada, "um filme profético e hipnótico que veio  sintetizar  a insegurança e violência vividas por essa geração - a rebeldia juvenil, a androginia, a sexualidade reprimida, a solidão em família - temas novos para a sociedade da época -explica Paulo Veríssimo".
Em 30 de Setembro de 1955, James Dean morre ao bater sua Porsche Spyder contra um caminhão, na auto-estrada 466, perto de Hollywood. " Se eu tivesse 100 anos para viver, eu não teria ainda tempo para fazer tudo  o que quero fazer - (James Dean)".
Desaparecia o rebelde mas surgia uma maneira "diferente e chocante" de encarar a vida: Viver o mais intensamente e arriscar sempre.
Em 1954, Bill Haley e Seus Cometas, combinando o rhythm and blues, ( musica popular negra) com o country e o western ( musicas rurais do meio-oeste americano), lançava o Rock Around the Clock, usada como trilha sonora, muito barulhenta, do filme Sementes de Violência, com Sidney Poitier e Glenn Ford. Este filme chegou a induzir jovens a explosões de violência nos lugares onde era exibido. No Brasil, o filme Balanço das Horas, com Bill Haley, provocou a depredação de cinemas como o recém inaugurado Cine Paulista, na Rua Augusta (S.Paulo).
Em 1956 surge o maior ídolo do Rock: Elvis Presley, com o Heartbreak Hotel, "The Pelvis" Presley. Cantando à maneira dos negros americanos e requebrando de forma sensual os quadris, ele "enloquecia" a juventude. Não era apenas um gênero musical, como diz Nelson Motta, era uma nova forma de comportamento para a juventude dos anos 50, com os blusões de couro, as motos, os topetes, as camisas coloridas, os jeans (...) rompendo definitivamente com os padrões tradicionais de milhões de jovens. Pela primeira vez um gênero musical consegue se  transformar em agente e veículo e uma violenta transformação no modo de vestir, pensar e agir desses jovens.

Jovens bem comportados x rebeldes sem causa.
                                                                               fotos enciclopédia Nosso Século 1945/1960
Antes da explosão do rock, a principal diversão dos jovens eram os bailinhos familiares. Os rapazes, com brilhantina nos topetes, paletó e gravata, ficavam de um lado do salão. As moças, com exuberantes penteados fixados com laquê, vestidos rodados e muitas anáguas ( como no musical de Doris Day), esperavam ansiosas do outro lado. O "chá de cadeira" era uma grande humilhação. A bebida mais consumida era o Cuba Libre ( rum com Coca-Cola). Os casais dançavam "coladinhos rosto com rosto", deslizando ao sabor dos grandes sucessos da época (Autumn Leaves; An Afair to Remamber) e da suave voz de Nat "King" Cole. A presença da  de Ray Conniff e sua orquestra não podia faltar nos bailinhos. Depois, o bebop de Dizzy Gillespie, Harry Belafonte com o calipso e os meneios de mambo, e aquele ritmo quente da rumba,   importado da zona boêmia de Havana, da orquestra de Severino Araújo. Também Libertad Lamarque, atriz e cantora argentina, quase na mesma época, transformou-se em musa do cinema latino-americano, filmando para a Pelmex alguns dos seus principais sucessos, dentre eles História de un Amor, em 1955.
Até ai, 1955, os bailinhos eram bem comportados. Mas algo estava mudando. O compositor cubano Ernesto Lecuona, autor de MalagueñaSiboney deu o veredicto: um casal que se olha cara a cara e se abraça não poderá dançar a verdadeira rumba. e, de repente, os bailinhos mudaram. As roupas eram as mesmas e os cabelos também, mas os corpos já se desequilibravam sensualmente ao sabor dos novos ritmos. Até que ao sabor de Bill Haley e Seus cometas, com o som "one, two, three o"clock, four o'clock rock( .....) a juventude 'enlouqueceu" e os bailinhos deram lugar a "salões alucinantes".
                                      Resumo do artigo da enciclopédia Nosso Século (1945-1960)

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