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sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Merica Merica - Um pouco da história da imigração italiana no Brasil

Não apenas a população da Itália, mas de toda a Europa de um modo geral estava afundada na miséria no século XIX. A transição entre um modelo de produção feudal para um sistema capitalista afetou diretamente as condições sociais no continente europeu. As terras ficaram concentradas nas mãos de poucos proprietários, havia altas taxas de impostos sobre a propriedade, fazendo o pequeno proprietário se endividar com empréstimos. Havia a concorrência desigual com as grandes propriedades rurais, que fazia o preço dos produtos do pequeno proprietário ficarem muito baixos, empurrando essa mão-de-obra para as indústrias nascentes, que não conseguiam absorver essa massa de trabalhadores, saturando as cidades com desempregados. A medida que a disputa pelos mercados consumidores se acirrou, a concentração de terras nas mãos de poucos se agravou. Assim, milhões de camponeses, que antes eram pequenos proprietários rurais, desceram à condição de trabalhadores braçais (bracciante) nas grandes propriedades rurais.

No século XIX, a população europeia cresceu duas vezes e meia, agravando ainda mais os problemas sociais naquele continente.

Na primeira metade do século XIX, a Grã-Bretanha, superpotência da época, pressionou fortemente o Brasil para acabar com o tráfico negreiro que supria as necessidades de mão-de-obra com a importação de escravos da África. A Lei Euzébio de Queirós proibiu o tráfico negreiro em 1850 e, a partir deste momento, começou a falta de mão-de-obra nas zonas em que se expandia a cultura cafeeira.
No final doséculo XIX e início do século XX as ideias de darwinismo social e eugenia racial tiveram grande prestígio no pensamento científico mundial. Na medida em estas ideias eram aceitas e divulgadas pela comunidade científica nacional, o imaginário social e político brasileiro passou a considerar que os brasileiros eram incapazes de desenvolver o país por serem, em sua grande maioria, negros e mestiços. A política de imigração passou então a ser planejada não apenas com o propósito de suprir a mão-de-obra necessária ou de colonizar territórios pouco ocupados, mas também para "branquear" a população brasileira. Neste projeto social, negros e mestiços iriam pouco a pouco desaparecer da população brasileira por meio da miscigenação com as populações de imigrantes europeus. Neste contexto, o imigrante italiano era considerado um dos melhores, pois além de ser branco, também era católico. Deste modo, sua assimilação seria fácil na sociedade brasileira e ele colaboraria para o "branqueamento" da população em geral.

A imigração italiana para o Brasil tornou-se significativa a partir da década de 1870 e transformou-se num fenômeno de massa entre 1887 e 1902, influenciando decisivamente no aumento da população do Brasil. Entre 1880 e 1924, entraram no Brasil mais de 3,6 milhões de imigrantes, dos quais 38% eram italianos.

Porém, por volta de 1900, aparecem na imprensa italiana notícias de péssimas condições de vida de emigrantes italianos que não podiam abandonar as fazendas de café onde trabalhavam, pois tinham dívidas principalmente relativas ao pagamento dos custos de suas viagens. Isto faz com que, em 1902, o governo da Itá emita o decreto Prinetti proibindo a imigração subsidiada de cidadãos italianos para o Brasil. O fluxo de imigrantes diminui bruscamente já que, a partir de então, cada cidadão italiano que quisesse emigrar para o Brasil deveria ter dinheiro para pagar a própria passagem.

Dentre as inúmeras contribuições italianas à cultura brasileira podemos citar novas técnicas agrícolas, o uso do “tchau” (ciao) em todo o Brasil, pratos que foram incorporados (pizzas, spagueti e o hábito de comer panetone (no natal), novas palavras (paura, polenta, etc.), o enraizamento do catolicismo, incorporando elementos italianos na religião brasileira.


quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Pai Nosso em Aramaico - A lingua provavelmente falada por Jesus Cristo


O Aramaico sofreu muitas modificações através dos tempos e é hoje uma lingua quase extinta.
É falado na Arménia, Azerbaijão, India,Iraque, Israel; Territorios palestinianos; Georgia; Líbano; Russia;Síria e Turquia. Total de Falantes - 445.000    (Wikipédia)



Pai nosso que estás nos céus

Avun dbâshmâya

Santificado seja o teu nome
Nitqâdâsh Shmakh

Venha o teu reino
Têtê Mâlkuthâkh

seja feita a tua vontade
Nêhué Tsivyanakh 

Assim na terra como no céu
Âykâna d'Bâshmâya Ap Bâra'a

O pão nosso de cada dia nos dá hoje
Hâv Lân Lâkhma d'Sunqanân Yaumana

E perdoa-nos as nossas dívidas
Uâshvoq Lân Khaubâyn

Assim como nós também temos perdoado aos nossos devedores
Âykâna Dap Khnân Shuvaqan L'Khâyabâeyn

E não nos deixes entrar em tentação
Ula Tâ'lân Lenisyouna

Mas livra-nos do mal
Êla Pâtsan Min Bisha

Porque teu é o reino 
Mêtol D'dilakhi Mâlkhuta 

E o poder e a glória para todo o sempre
Ukhâyla uThishbokhta L'alâm 'almin

Amén
Ameyn

segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Crime no Brasil virou diversão

 Após deparar-me com uma cena da novela Viver a Vida, em que a personagem Leila, 'sorrindo', derrama gasolina e atea um fósforo aceso para incendiar a rival, herdeira de uma fortuna que ela gostaria que fosse dela, após golpeá-la com uma barra de ferro, lembrei-me da declaração cínica de um bandido, num desses programas de televisão que espetacularizam a violência urbana. Perguntado por que atirou na vítima já que ela não tinha reagido,  o bandido respondeu: "porque acho divertido". Deve ter sido divertido, também, para o bandido do Maranhão incendiar o ônibus em que estava a menina Ana Clara de apenas 6 aninhos e que foi queimada viva no dia três de janeiro de 2014. É isso, matar passou a ser divertido, não só na ficção como também na vida real. A qualquer hora do dia ou da noite você pode perder a vida sem mais nem menos por bandidos que querem apenas se divertir roubando  seu celular, sua loja, ou então seu carro para assaltar mais adiante. E a televisão mostra com 'vale a pena ver de novo' durante a semana. Mostrar violência é liberdade de expressão que dá audiência. E, já que dá audiência, por que não mostrá-la cinematograficamente? É  mais emocionante. "Viver a vida" hoje em dia significa está preparado para morrer a qualquer momento de uma forma divertida para quem "não tem nada com isso" e que fica assistindo passivamente pela televisão, nos mínimos detalhes, já que, nos dias atuais, tudo é filmado por câmeras que não intimidam. Alguns atores do crime até sorriem garbosos diante dela. Só gostaria de saber qual a utilidade de mostrar  toda a ação dos bandidos nos diversos canais de televisão, alguns com chamadas na abertura, como é o caso do Fantástico. Não seria mais proveitoso usar esse espaço para protestar e chamar os governantes à responsabilidade? Enquanto tudo isso acontece, os políticos discutem sobre quem tem ou não chance de ganhar as eleições no ano da Copa. Apreciando, como telespectador, ou "acompanhando com atenção", como disse a  presidente Dilma  no  caso da crise do Maranhão da sua companheira Roseana Sarney, sem nada fazer. Crime deixou de ser manchete de exceção e passou a ser regra, coisa corriqueira, neste país. Espantoso vai ser o dia em que os jornais noticiarem " Hoje não houve crime na cidade".Ninguém vai ler.


sábado, 11 de janeiro de 2014

Dois Prêmios-Nobel importantes de Ciências em 2013


 Descoberta do Bóson (apelidada de partícula de Deus) e da Maquinaria Reguladora do Transporte Intracelular

 Este artigo poderá ser lido na sua íntegra na Revista Ciência Hoje, de Dezembro de 2013.


Prêmio Nobel em Física - Descoberta do Bóson
François Englert e PeterWare Higgs  (foto google)
  François Englert, nasceu em 1922, em Etterbeek,  na Bélgica, engenheiro com doutorado em física e professor na universidade de Bruxelas (ULB) e Peter Ware Higgs, nasceu em Newcastle upon Tyne (Inglaterra) em 1929 - graduou-se em 1950 no King's College de Londres onde se doutorou em 1954  - descobriram o chamado mecanismo Higgs-Englert-Brout.
Robert Brout, co-autor com Englert, morreu em 2011. Esse mecanismo levou a previsão do bóson de Higgs, partícula responsável por conferir massa a praticamente  todas as partículas do mundo subatômico. O mecanismo de Higgs e Englert Brout é a peça fundamental do chamado Modelo Padrão das Particulas Fundamentais e suas interações - ou simplesmente Modelo Padrão. Esse modelo descreve 3 das 4 forças (interações) da natureza: a força forte, responsável pela coesão do núcleo atômico; a força eletromagnética, envolvida no atrito e nos processos químicos e biológicos; e a força fraca ligada a certos tipos de radioatividade.
Neste Modelo Padrão não está incluído a quarta força, a da gravidade, descrita pela relatividade geral do físico alemão Albert Einstein (1879-1955) porque ainda não há certeza de qual partícula ela é 'carregada' ou transmitida. Cada uma dessas três forças é 'carregada' por uma ou mais partículas. A força eletromagnética é carregada pelo fóton;  a forte pelos glúons; a fraca pelas partículas W+, W- e Z° - Todas essas partículas carregadoras das forças são denominadas de bósons.
Ainda não se sabe para que serve o bóson recém-descoberto no que se refere ao dia a dia - apenas que sua existência é necessária para a consistência matemática do Modelo Padrão.

Prêmio Nobel em Fisiologia ou Medicina -Transporte Intracelular) 
- James Edward Rothman,, nasceu Haverhill (EUA) em 1950, graduou-se em física na Universidade Yale, em 1971, e completou o doutorado em quimica biológica na Universidade de Harvard.
-Randy Wayne Schekman nasceu em Saint Paul (EUA) em 1948, biólogo molecular (1971) pela Universidade da Califórnia (Los Angeles) e doutor pela Universidade de Stanford.
-Thomas Christian Südhof nasceu em Göttingen, na Alemanha, em 1955, médico. Estudou medicina nas Universidades de RWTH, Aachen, Harvard e de Göttingen  com doutorado no Instituto Max Planck em quimica e biofísica. 
Esses três cientistas descobriram a maquinaria que regula o tráfego vesicular, que é um sistema importante de transporte em nossa célula. A descoberta dos três ganhadores tiveram um impacto sem precedentes no entendimento de como as células eucarióticas controlam o transporte de biomoléculas para locais precisos dentro e fora das células. Através dessas descobertas novas questões surgiram e tem ajudado a entender o funcionamento de processos importantes, desde o armazenamento de nutrientes nas sementes de plantas e a liberação controlada de insulina pelas células do pâncreas até como o HIV usa células humanas para fabricar novos vírus. A importância desse trabalho na ciência médica básica é sem dúvida estimulador por trazer entendimento dos mecanismos que governam o funcionamento de células e organismos, bem como suas interações com o meio que os rodeia,
sem o apelo comercial de cura de doenças.


quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

Que Velha?

Ilustração foto google

"Pare o ônibus que tem uma velha subindo" - gritou o cobrador.
A passageira olhou para trás de si e não viu a velha. Que velha? Será eu?
Sim, era ela

. Surpresa, se deu conta que a velha era ela e como tal acabara de perder a identidade -  "a velha".
Tirou um espelho da bolsa para constatar se realmente o cobrador estava se referindo a ela. Fez de conta que a imagem do espelho era de outra pessoa,  alguém que não via há muito tempo. Não se reconheceu, não era ela, não podia ser. (esta introdução, colocada aqui, foi uma declaração feita por uma senhora na vida real).

Quando foi que a velha se instalou? Com certeza não foi naquele momento em que subiu no ônibus. Velhice não é como uma gripe, ou uma doença qualquer que se instala e da qual a gente pode se curar. A velhice é a única fase da vida que chega pra ficar, ao contrário da infância, adolescencia e juventude, que passam rápido. Ela chega devagar, sorrateiramente, sem que percebamos e se agrava com o tempo. Mas só somos velhos no olhar do outro. Costumamos dizer a respeito de alguém que não víamos há alguns anos: "quase não o reconheci de tão velho". Mas o tempo passa também para o que está observando o outro, mas velho é o outro. Passado esse momento, pouco a pouco a consciência vai registrando as mudanças; seja na aparência, seja na indisposição, ou nas pequenas dores que costumam acometer os agora apelidados de "melhor idade".O jeito é aproveitar das poucas vantagens que a condição trás: atendimento prioritário em estabelecimentos comerciais; vagas em estacionamentos; passagem gratuita em ônibus, etc.. Benefícios estes  que, muitas vezes, são desrespeitados e que exigem reclamação de direitos. Porém o bom mesmo é a sabedoria que se adquire com a tal consciência, embora com pouca utilidade numa sociedade capitalista em que o velho é descartado e, em alguns casos, passa a ser um estorvo na família, o que é pior. Apesar das mudanças no mundo atual, no que diz respeito à melhoria na saúde, aumentando a expectativa de vida, o velho ainda tem muitas dificuldades para se manter num padrão digno e respeitado, principalmente os aposentados e de baixa renda. Alguns até sustentando filhos e netos desempregados. Mesmo tendo ainda energia para trabalhar seus planos ou desejos acabam por fenecerem devido às imposições sociais. Certa feita, ouvi numa entrevista a uma repórter de televisão, a escritora e cronista Rachel de Queiroz, que ainda estava na ativa, responder à pergunta da jornalista a respeito dos planos da escritora para o futuro, o seguinte: "na minha idade a morte é quase um ambição". Acho que ela estava completando 90 anos. A consciência da finitude só chega mesmo com o tempo, e aí a morte já não assusta tanto e querer uma juventude eterna é utopia. Sentir-se ou não velho vai depender de cada um, da condição de vida que leva, da vontade de prosseguir ou não. Há quem se sinta cansado da profissão que exerce, desgastado, e isso dá sensação de velhice. Outros continuam satisfeitos com sua condição e de bem com a vida, independente da idade. Neste caso, a idade cronológica só é importante para a anamnese médica.

domingo, 5 de janeiro de 2014

A História do Mundo


A origem do universo é um tema que sempre despertou curiosidade. Em todos os povos, em todas as épocas, surgiram muitas e muitas tentativas de compreender de onde veio tudo o que conhecemos. No passado, a religião e a mitologia eram as únicas fontes de conhecimento. Elas propunham uma certa visão de como um ou vários deuses produziram este mundo. Durante o século XX, nossos conhecimentos aumentaram de um modo inconcebível. Há anos, pesquisadores trabalhando no Grande Colisor de Hádrons (LHC, na sigla em inglês), o maior acelerador de partículas que existe, procuram o bóson, partícula que foi proposta pela primeira vez por Peter Higgs em 1964, 48 anos atrás.O bóson de Higgs é a partícula pela qual supostamente tudo no universo obtém sua massa, inclusive nós, seres humanos. Apelidado de "partícula de Deus", o bóson de Higgs teve sua existência confirmada em julho de 2012. O escocês Peter Higgs, 84, e o belga François Englert, 80, que teorizaram o bóson de Higgs foram os vencedores do prêmio Nobel de Física  no ano passado.

Este vídeo mostra a formação do Universo, da Terra, da Lua, dos Elementos Qúimicos, dos Seres Vivos e toda a sua evolução biológica, até os dias e hoje, com o surgimento das indústrias e tecnologia.

Mulheres que atravessaram o século

Fazendo parte desta Coletânea  Por detrás de uma grande conquista existe uma grande história. Ao me deparar com uma foto da minha primeira C...