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terça-feira, 29 de setembro de 2015

Para não dizer que não falei de Abacaxis

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Um administrador chefe de grandes plantações de abacaxi,   principal produto comercial agrícola da sua região, ao  sair de férias teve que arranjar um substituto para o seu cargo. Avesso a concorrência e com medo que alguém mais habilidoso tomasse seu cargo, o espertalhão optou por colocar em seu lugar uma companheira, mesmo sabendo que esta não tinha nenhuma qualificação para o cargo, apostando no seu jogo de volta triunfante.
 Como é de costume, nesses casos, ao sentar-se na cadeira de chefia,  a vaidade e a ambição subiu à cabeça da companheira, que sentiu-se  dona de tudo, até mesmo dos abacaxis. Resolveu, então, que iria expandir as plantações por terras estrangeiras associando-se a interessados em abacaxis. A companheira ambiciosa incentivou a população a investir na fruta que ela dizia ser lucrativa. Para isso gastou muito dinheiro em propaganda. Em se tratando de terras pobres os insumos agrícolas são imprescindíveis, e foi necessário  tomar empréstimos em  Banco de Desenvolvimento, e muito dinheiro foi jogado nos cercados dos plantadores. Contudo, a falta de competência e planejamento adequado fez com que uma praga resistente se alastrasse contaminando grande parte  da plantação, e não  teve veneno que desse conta.  Quando uma praga era combatida surgia outra. Ao chegar a fase da colheita descobriu-se que restava apenas 7% de tudo que havia investido. Quando o companheiro, dono do cargo, tentou interferir para salvar sua pele, já era tarde. O abacaxi tinha dobrado de preço e o povo, gostando ou não da fruta, foi imposto a chupar o que restava da safra inflacionada para pagar a dívida. Espetado pela coroa e aspereza da casca do abacaxi, o povo, lesado e lesionado,  foi ás ruas  protestar contra os causadores dos danos e prejuízos, pedindo de volta seu dinheiro. Restava agora saber de onde tirar este dinheiro,  já que o abacaxi, por ser perecível, estava com sua safra restante deteriorada.






quarta-feira, 23 de setembro de 2015

O Rabo da Lagartixa

A lagartixa têm a capacidade de soltar o rabo como mecanismo de defesa contra o ataque de seus predadores. A cauda cai e fica se mexendo por alguns segundos para chamar a atenção do predador. Enquanto isso, o animal tenta se salvar do perigo, escapando para algum refúgio em que não possa ser visto.
Após algum tempo, a cauda passa por um processo de regeneração e cresce novamente, porém nunca mais ficará do tamanho original. 
A lagartixa poderá utilizar a técnica novamente, mas, a cada autotomia, o rabo da lagartixa ficará cada vez mais curto.
 A estratégia da lagartixa nem sempre funciona, muitas vezes ela não consegue passar seus predadores para trás e acaba sendo abatida. Mas, enquanto pode, vai comendo os mosquitos.

segunda-feira, 14 de setembro de 2015

Alguém conhece outras palavras maiores que essas?




Essa palavra:  Llanfairpwllgwyngyllgogerychwyrndrobwl... nome, em Gaélico, de uma vila no País de Gales (ilhas Britânicas), pronunciada pelo apresentador de jornal de televisão (falando do tempo) na Inglaterra,  está  nas redes sociais como a maior palavra que existe.  Mas descobri que em português existe essa: Pneumoultramicroscopicossilicovulcanocon, que define uma pessoa acometida por uma doença pulmonar causada pela aspiração de cinzas vulcânicas. E eu  pensava que as duas maiores eram inconstitucionalíssimamente e Otorrinolaringologista.  

Agradecer é muito mais que pagar.


 "Por favor" , muito usada corriqueiramente, essa expressão pode ser substituída por  "por gentileza" se o pedido é para uma situação simples, sem grande importância, ou sem urgência. Sim, porque "por favor" usada num pedido de maior importância, de socorro ou urgência, tem um valor, um significado e um peso imensurável. Daí ser o favor uma dívida impagável. Impagável não no que diz respeito a um valor material, mesmo que tenha dinheiro envolvido, mas no que diz respeito ao momento em que o favor foi solicitado e atendido. E momento não se repõe.  Mesmo que o favorecido venha, um dia, a fazer outro grande favor ao seu favorecedor, como retribuição, será um outro favor, com outro peso, sem zerar aquele que, naquele momento, o salvou de uma situação de urgência, muitas vezes valendo por uma vida.  Não quero dizer com isso que a pessoa deva sentir-se constrangido ou incomodado psicologicamente com essa "dívida". Absolutamente.  Pedir favor a alguém é prova de confiança em todos os sentidos e em mão dupla. Sentir-se incomodado, diante de uma situação de favor, é porque falta essa confiança.  Pois um favor atendido num momento de desespero é único e engrandecedor, não só para o favorecido mas, principalmente, acredito eu, para o favorecedor, que muitas vezes tem prazer em poder acudir alguém numa situação difícil, desde que este não seja um vaidoso querendo mostrar poder. Repare que não usei aqui os termos devedor e credor, e sim favorecedor e favorecido, já que favor não é empréstimo a juros, a única garantia que se quer em troca é a amizade, e esta jamais deverá ficar arranhada por falta de crédito, que neste caso converte-se em gratidão.

Em tempo - A razão de ter escrito este texto foi a lembrança, de quando garota, de um episódio em que uma conhecida minha após fazer um favor a uma amiga, se oferecendo para pagar uma pequena dívida, teve uma grande decepção, que a deixou triste quando a amiga passou a evitá-la nos lugares que costumavam frequentar. Embora ela jamais tivesse pensado em cobrar o favor. Nesse caso faltou confiança do lado favorecido.

Primavera







Nessa estação a florir
muitas primaveras já vivi
Chuvas me molharam
Sóis me iluminaram
Sementes brotaram
E esperanças germinaram

terça-feira, 8 de setembro de 2015

ESSAS IMAGENS CHOCARAM O MUNDO


Apesar de reconhecer que o Brasil tem problemas demais para me preocupar, já que cenas de assassinatos fazem parte de nosso cotidiano e mais de 50 mil pessoas são assassinadas por ano nesse nosso país, mesmo sem estarmos declaradamente em guerra, a imagem das duas crianças sírias afogadas doeu fundo, e vai ficar para sempre na minha mente e, acredito, que na de todos que se comoveram com essa tragédia. Isto porque não se trata de uma morte provocada por um assassino apenas, mas resultante do radicalismo insano de de um grupo terrorista, perverso, intolerante, autointitulado Estado Islâmico, que destroçou a Síria e obriga seu povo a fugir da guerra civil. Situação que se agrava pelo receio, indiferença e egoísmo humano dos que erguem muros negando socorro aos imigrantes que deixam sua pátria forçados pelo desespero, em busca de sobrevivência. Muitos em embarcações precárias, ficando à deriva e morrendo afogados vítimas de traficantes de pessoas, como esses dois inocentes Aylan e Gallip e sua mãe, cujo barco, abandonado pelo capitão, virou. Que a Europa se una para amenizar o sofrimento dessa gente, mesmo que seja provisoriamente, é o que todos esperam. Que as chocantes fotos do garoto Aylan afogado, que se espalha pelas redes sociais no mundo, sirva de símbolo para mudar a situação dos fugitivos.

sexta-feira, 4 de setembro de 2015

Mania de escritor

Quem escreve tem mania de transformar pessoas reais em personagens. 

Lembrei-me de uma cena que me fez refletir, faz algum tempo. Estava numa loja de shopping e,  antes de me dirigir ao caixa, fiquei observando uma senhora, creio que de uns oitenta anos, sentada olhando uma foto. O olhar dela traduzia uma certa tristeza, pois, vez por outra, ela acariciava a foto. Como eu estava na dúvida se comprava ou não a mercadoria, e geralmente eu demoro um pouco para me decidir, sentei-me junto dela e aproveitei para satisfazer a minha curiosidade . Nem precisei perguntar nada, só fiz sorrir pra ela, que me devolveu com outro sorriso e me mostrou a foto de uma casa, tão esmaecida que acredito não existir mais. "Estou olhando a casa que morei com minha mãe", disse ela com uma voz grave. E, antes que eu dissesse algo, que nem sei o que seria, ela continuou: " sempre que me aborrecia eu corria pra lá e ficava dois três dias até me acalmar,  e depois voltava pra minha casa, mas agora fico só olhando, e pensando que se ela ainda existisse eu iria pra ficar de vez, e completou: casa de mãe é casa de mãe". Até achei que era senilidade da criatura e já ia perguntar se (naquela idade) ela estava sentindo falta da casa ou do aconchego da mãe. Mas não deu tempo, ela guardou a foto na bolsa, se levantou e foi ligeirinha ao encontro de uma senhora, talvez filha, sobrinha ou nora, que saiu andando na frente a passos largos, com ela atrás querendo alcançá-la. Fiquei na dúvida e com aquela frase dela na cabeça: "sempre que me aborrecia corria pra lá". Realmente, nada melhor que casa de mãe pra se asilar quando necessário, e se não a temos mais.... Ela estava muito lúcida, com certeza.

Poemas meus

Tempo de Ausências

Em que canto se escondem 
os estímulos de outrora, 
que me davam motivos de alegria 
a toda hora? 
Em que campos florescem  
as sementes da ilusão 
e em que cemitério repousa
o  fruto da desilusão? 
Em que trecho do caminho  
soltaram-se as mãos, 
desviaram seus rumos 
e mudaram de chão? 
Quem salgou a saudade 
que invade o espaço 
da perdida inocência 
ocupada pela ausência? 
Onde estão as  ausências 
senão em mim?

Talvez, quem sabe?

Talvez não haja vento 
Talvez a chuva caia 
Talvez não haja tempo
Talvez a voz não saia
Quem sabe a raiva passa
Quem sabe a indiferença vença
Quem sabe  a alegria se faça
Quem sabe ficar compensa

    
Alívio

Um tropeço um espanto
Um olhar um encanto
Nas mãos  um calor santo                                   
No riso o calar do pranto
Não sou santa 
mas me espanto  
com tudo que me encanta
Se tropeço no riso
faço calar o pranto

Apreço
Não gosto de adereços
Tenho o que sou 
E o que mereço
Minha vida não tem preço
Tem apreço 
Se for chocolate amargo
O que ofereço
Quando quente derreto
Frio endureço




Mulheres que atravessaram o século

Fazendo parte desta Coletânea  Por detrás de uma grande conquista existe uma grande história. Ao me deparar com uma foto da minha primeira C...